domingo, julho 23

A grande árvore do pomar dos sentimentos

Colho o fruto de verão debaixo desta sombra que me consome.
Colho o fruto mais apetecido do pomar dos sentimentos.
Da grande árvore de vivas folhas encarnadas colho afectos.
Da grande árvore proibida colho sucoso amor maduro.

Como pôde tão pequena semente germinar forte em árido solo?
Como podem frágeis ramos suportar o peso de tamanha fruta?
Tem densa copa esta árvore vestida com folhas de cor rara.
Tão densa, nem os raios do baixo sol de Outono passarão por si.

by Tiago José


Decidi publicar algo nesta página por sentir que as palavras aqui gravadas continuam imortais, apesar de há muito adormecidas. Não prometo um regresso assiduo. Tenho andado ocupado por outros lados. (feitio.deviantart.com - peço perdão pela "publicidade")

quarta-feira, fevereiro 22

...uma fase...


Depois de todo o caos passar, depois da maré vazar, deparei-me com opções e com decisões obrigatórias! Ninguém sabia o quanto isso me custava! Quanto mais me esforçasse por explicar, mais difícil se tornava de ser vista como normal!
A preocupação exagerada de todos foi o meu desespero… e tentei acalmar essa agitação! Incapaz, tomei uma posição extrema e revelei-lhes algo para o qual não estavam preparados! Chamaram-me maluca, pediram-me que procurasse ajuda psicológica… tentaram chamar-me à Razão! Tentaram modelar-me dentro dos limites impostos por tão “perfeito” sistema… o nosso!
Lutei, reforcei as palavras que havia proferido anteriormente, mas ninguém as compreendeu! As palavras começaram a sair disparadas e a língua ganhou vontade própria! Eles ganharam a Razão! Entreguei-lhes, pessoalmente, a certeza… Eu estava maluca! As minhas opiniões, os meus conceitos, as minhas frases, … nada do que eu dizia fazia sentido para eles, nada do que eu pensava e afirmava era certo ou correcto!
Fiquei novamente “alterada”, como eles tanto gostam de dizer e procurei, a custo, um novo refugio onde pudesse por as ideias em ordem!
Nova introspecção, novo realinhar de uma personalidade já cansada de tantas mudanças e adaptações!
O tempo não concedeu perdão e levou com ele as horas, os dias, … todo e qualquer segundo de indecisão, de pressão, de tentativas falhadas de ser ouvida!
Pensei… pensei muito… vi-me bem ao espelho e moldei-me novamente procurando um bom disfarce, uma forma de deixar morrer a velha imagem, ou de pelo menos fazê-la desaparecer das várias bocas que tão abertamente diziam, desmedidas, saber o melhor para mim, sem primeiro perceberem a função dos ouvidos a que estão coladas!

segunda-feira, fevereiro 20

Primeiro dia

Primeiro dia de aulas, regresso ao ar inspirador de Viana e ao conforto dos amigos. Acordo de manhã estranhamente bem disposto. As ideias saem de mim viçosas... mas, ao fim do dia começo a desconfiar... não é fácil gerar um sorriso pela madrugada.


Sei que é o primeiro dia
De muitos outros que virão.
Uns ares de alegria,
Como os que voavam outrora.

Um pequeno ruído de fundo.
Não incomoda por enquanto.
Sento-me à parte, mudo.
Imagino a desgraça que virá.

Está tudo tão sossegado.
Estranhamente calmo.
O ar, menos carregado
Que a última vez aqui.

Este bem estar, não sei se dura.
Há pontas de pensamentos por aí,
E numa mente de confusão pura,
Nunca se sabe o amanhã.


Tiago Martins, 20-02-2006.

quinta-feira, janeiro 19

Os meus amigos ácidos II (As manchas do jantar)

Tu és o que comes.
Desculpem a importação.
Não é pior que os restos,
Em pratos sujos ressequídos,
Deixados na mesa ao ar,
Durante a difícil digestão.

Nem por ácidos processos,
Métodos abrasivos variados,
Se vão deteriorar as nódoas.
São manchas permanentes,
Desse indigesto jantar.

Crosta de gordura seca,
Molho grosso espalhado,
Colheres de sujidade,
E outros sobejos por comer.

Festim medieval terminado,
Ficam os dias de limpeza,
e as marcas imutáveis.

Partir a louça em cacos.
Prudente solução, talvez.


Tiago Martins, 18 de Janeiro de 2006.

segunda-feira, janeiro 16

O mal-estar, é o tónico da minha escrita.

Um jantar, curioso no mínimo, estranhos na sala, e conhecidos de outrora. Conversas de tasca, comida na mesa e vinho, como não podia deixar de ser.
Poema aos meus amigos... ácidos.



Os meus amigos ácidos

Orgulho de novo chefe.
Nouvelle cuisine aparente.
Indisposição temperada
À mesa dos galãs,
Os meus amigos ácidos.

Pão deixado a azedar.
Sopa de cavalo viçoso.
Galo cantante com todos.
Assado de abutre caseiro,
E um copo de sede
Ingerido a custo.

Antidigestivo após o jantar.
Sobremesa agridoce
Satisfaz por pouco.
Salada de palavras cruas.
Indigesto só de olhar.
Trinco-lhes o tom,
Às frias palavras.
Vomito pelos ouvidos.
Rebolo no chão.
Reacção térmica
Na quente tijoleira

Expectoro um grito!

Ninguém escuta.
Caio, no grosso molho
Derramado ao jantar.
Diluo. Furo o piso.
Tomando outro sentido,
Fujo sem ser notado.


Tiago José, 14 de Janeiro de 2006.

sexta-feira, janeiro 13

Coisas Boas da Vida...

"...e tenham uma noite inquietante..." in Pop del'Art, Realizador Michael Hareke, O Filme: Nada a Esconder!

Kiss Kiss Bang Bang!!!!!!

Corpe's Bride!!!!

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" A palavra que sair da Minha boca não voltará para Mim vazia...", de Jacinto Carvalho Marques, in Jornal de Santo Tirso, ed. nº32, ano 124 (2006-jan-06)

"Geralmente, é nas igrejas onde se encontram peças de Arte Sacra, de grande valor artístico e monetário.Contudo, há-as na posse de pessoas particulares e nos museus.", de M. Luís Araújo ----> sobre: Feira do Coleccionismo (todos os segundos sábados de cada mês, na Praça 25 de Abril, junto à Câmara Municipal), in Jornal de Santo Tirso, ed. nº32, ano 124 (2006-jan-06)

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"O Tirsense «bebeu» 3 cálices do velho Porto, mas retribuiu com igual número de copos do verde rascante...", por Adriano X Nel, in Jornal de Santo Thyrso, (1972-Jan-07) nota: O FCP empatou com o FCT a 3 golos!

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" O verdadeiro estudante é aquele que leva apenas o papel e a caneta, com que se perde em palavras ditadas.... e não proferidas" de Juliana Rebelo, in obra por completar, 2006-Jan-13 (sexta-feira)

quinta-feira, janeiro 5

Mente em espiral

Inconsistência na matéria
Em teoria não desvendo
Algo que vem ao de cima
Do fundo em linha directa
Sem aparelho descodificador

Violência histérica
Não filtrada a tempo
Rebentamento em rima
Multidão insurrecta
No aparelho criador

Solta-se a tinta em linha
Vai do centro ao exterior
Círculo de alargamento constante
Desvenda o foco da dor

Alastra com força imparável
Nos poros uma mancha
Afoga a folha de papel
Afasta o ser da razão


Tiago Martins, 05-01-2206

quarta-feira, janeiro 4

Nós... máquinas de imagens! (versão censurada)


Passas por mim na rua...
Quem sou?
Para ti?
Apenas uma imagem...
A forma do corpo,
a cor do meu cabelo,
a forma da minha cara,
a cor dos meus olhos,...
vês os meus gestos:
o simples levantar dos meus olhos,
na direcção dos teus... despoleta
Em Ti
uma reação,
um encadeamento de pensamentos
que por si só,
te revelarão algo sobre mim!
O meu estilo de roupa
provoca em ti algo:
riso? simpatia?
antipatia? empatia?
Vou sozinha, não vês mais ninguém.
Também isso te faz pensar....
Solitária! Tímida!
Calada! Monga!
O meu estilo, o meu andar,
o meu olhar, o meu agir,
são pontos programados,
controlados e contidos
para te mostrar
quem sou... ou quem quero ser!

segunda-feira, janeiro 2

...and now.... i present you with the new and refreshed... ME! :)

após uma longa jornada da minha vida... voltei! :)

saudades foram declaradas, batalhas foram travadas... comigo mesma... e com outros! peripécias... aventuras.... passei por tudo nestes ultimos meses... este texto vai em forma de carta... pois acho k será a melhor forma de conseguir chegar aos corações de todos!

A TODOS os k algum dia passaram por este site um EXCELENTE 2006! e espero sinceramente k a pass de ano tenha sido, no minimo, um pouco diferente dos dias rotineiros k todos temos!

Aos Amigos e Amigas k vêm aki ver "como ando..." um Muito Obrigada por existirem e por ainda se lembrarem de mim, seja qual for a razão k vos leve a pensar em mim! * * *

E ao Tiago... k escreve enes neste blog... um Muito Obrigada por teres conseguido manter este blog +/- vivo enkt tive ausente!

Não deixem este blog morrer... pk a vida k nele se escreve.... não é uma vida inventada... mas partilhada.... e re-escrita sob várias formas!

quarta-feira, novembro 30

Cor a mais

Procuro em ti a alma,

calma azul celestial,

por esses olhos de céu,

puros sonhos divinos,

anjos imaculados.


Cor a mais para ver.

Amarelo. Verde. Vermelho.

Vermelho vida ardente,

quente, sangue diluente

queima-me o olhar.


És duma tabela diferente.

Sou da escala de cinzentos.

Melancólico, monocromático,

mono ser apático.



Tiago Martins, 01\09\2005.