terça-feira, agosto 30

Marasmo num charco de rãs

Conto dos bichos adormecidos,
Embalados pelo próprio conto.

Marasmo num charco de rãs.
Calma retida na lama.

Agitação num piscar de olho.
Fechou sem algazarra.

Batráquios de pele ressequida,
Seca no calor do verão.

Bichos de comodidade intrínseca.
Comunidade animal estagnada.

Aguardam a água da chuva,
Que sem esforço lhes caia.

Mas a benção tarda a vir.
Está o céu mais parado ainda.

Não há nuvem que tape o sol.
Não há noite que traga orvalho.

Morre o charco, como os bichos,
desidratados cor de terra.

Desaparece o reino extenuado.
Serenidade por enquanto.

A putrefacção quebra a rotina.
Atrai todo o tipo de vermes.

Festim de carne podre.
Caso inédito de alvoroço.

Zumbido de tira-olhos
Sobrevoa o macabro motim.

Afasta-se. Pára por momentos.
Retoma num nenúfar flutuante.

Próximo do charco defunto
Persiste a última das fontes.

Os bichos acomodados,
Não ouviram o turbilhão.


>Tiago Martins
(Este texto assombra-me a mente há mais de um mês. Talvez por passar por um periodo de profunda estagnação, só agora o tenha conseguido expor. Não se trata porém, duma versão final do texto, por isso, estou aberto a qualquer sugestão que ajude este pobre bicho a sair do charco moribundo.)

2 Comments:

Blogger ]JuLiE[ said...

celebra cmg o meu aniversario já passado...
num dia negro de nuvens cinzentas morri...
por um dia kerer salvar o mundo...
por um dia kerer salvar-te a ti...


se te puder ajudar nalguma coisa!

1:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

isto é para discordar ctg! porque se em vez de teres escrito CMG e tivesses posto COMIGO, as duas linhas ficariam justificadas e mais lindo e tudo

haha

11:38 da manhã  

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