Inconsistência
Fatalidades atrozes de sua boca
Farpas lascadas duma tábua quebrada
Borboletas com espinhos pousam nas rosas
E outras flores de meu jardim
As águas agitam por penas de pomba
Lançadas com a força desmedida de gigante
Lama que se levanta em vermelho sangue
Nas ondas de onde a pena pousou
Felicidades atrozes parece-me sentir
Estímulos lascados duma mente insana
A dor de não sentir o ponto de quebra
E um alívio suave de início
Reconfortantemente desconfortável
Alegra-me este mal-estar saudável
Este rir do que dói
Rir por chorar e chorar de rir por doer
Mil cortes por uma faca de algodão
Corpo talhado em pequenas incompreensões
Abalo sísmico em suas palavras
Fendas que se abrem perante meus pés
O passo em frente sou eu quem o dá
Caio e sempre sinto que não caio
Sempre errei nas coisas certas que fiz
Mesmo nas que fiz por querer errar
Salva-me mar
Salva-me água
Brilho do Sol no espelho do Mundo
Fundo de mim no fundo do mar
Mata-me amar
Mata-me a mágoa
Brilho dos olhos sozinhos
Luz de mim para mim
Tiago Martins, 21 de Outubro de 2005.
1 Comments:
muito bonito..este poema...tem muito a ver comigo =))beijo grande
Enviar um comentário
<< Home