quinta-feira, julho 28


Imaginei-me um dia no céu e encontro-me agora no inferno. Uma prisão de luxo em que até a televisão tem cores, e as janleas não têm grades... São partidos os vidros das cantinas por loucos esfomeados, mas não é a comida que os sustenta... é a droga!!
"Um cigarrinho, linda! Tens um cigarrinho para mim? És a coisa mais linda e mais sexy e mais bonita que já aqui pôs os pés"... Este diálogo corre e discursa todos os dias na minha cabeça por alguém de quem não consigo deixar de sentir... carinho!
E lá vão dois, três, quatro, cinco,... já perdi a conta dos cigarros que lhe dei, ou dos que ainda tenho por dar!...

Aqui não se deseja Boa Noite com beijinhos, aqui finge-se que se dorme mal se deita, pois a dor da escuridão é mais forte... nunca se sabe se é amanhã que nos vão libertar! Saudade e Alegria... qual optar??

O ambíguo de um português falado na língua do nosso Portugal.

quarta-feira, julho 27

Cega... fiz um poema!

De repente tudo faz sentido... Eles tinham razão... e têm!

Passamos a vida inteira de olhos fechados... até que um dia acordamos para um teatro de fantoches em que temos andado pendurados... O mundo é mesmo o palco que dá vida ao teatro em que todos nos passeamos...
E agora posso dizer que despertei... sei o sentido da palavra como até hoje nunca imaginei... Sinto-o dentro de mim tão profundamente que me sufoca com a sua ânsia! Mas enche-me, invade-me de uma forma tão boa... como que uma droga que vicia!
Toda a nossa vida é passada em frente a um televisor, assistimos a tudo o que nos é mostrado sem questionar e deixamo-nos ser sugados para uma dimensão inventada, com um único propósito: comer-nos o cérebro! O comodismo é-nos incutido de uma forma tão forte que nem nos damos conta do porquê de um Portugal adormecido!
"Acordar para a vida"... expressão tão banal mas tão, tão forte... que nos mata e nos faz querer viver ao mesmo tempo! Mas tão triste que conto, quase contente, quatro varandas até atingir o chão... Quero falar, quero contar... quero rir, quero chorar! Quero tudo! Quero fazer tudo, e ao mesmo tempo... Porque o tempo não pára! É angustiante! Temos que falar depressa, pensar depressa... antes que o outro pense, temos que ser nós a fazer as coisas acontecerem... e as oportunidades estão aí... passeiam-se no vento descansadas, por saberem que, acomodados como andamos, não sabemos que elas existem!!!
Agora eu sei o segredo... o diamante que nos une... a ponta do lápis é igual para todos nós pois parte-se para todos nós, mas também é essa pequena, ínfima ponta, que nos permite escrever palavras tão belas que enamoram os mais duros... e os mais cépticos...
Poderia dissertar até me doer a mão, já cansada, mas deixo um rasto atrás de mim para quem me queira seguir na minha próxima aventura... Portugal fora... pessoas, cidades, parques, rios,... não vos prometo mais... não vos direi mais... por hoje!
...
(So i've heard... that heaven and hell... maybe just the constant repetition of our own consciousness... beware! ...or be good...)

domingo, julho 24

Coisas

O poeta é hipersensivel
Deixa-se tocar pelas coisas
Por todas as coisas
Que de coisas percebe ele bem
Para nós, comuns insensiveis
São apenas coisas
Meras coisas
Para o poeta não
Para o poeta são

...

Coisas.



>Tiago Martins



(Hoje recebi a resposta de uma editora a uns textos meus. Não, não vão ser publicados, mas só a noção de que foram lidos por um editor já é bom.
Tão bom como abrir este blog, e ver que alguém comentou.
Este poema é dedicado a todos os poetas e aqueles que gostam de ler.
Obrigado
!)