segunda-feira, abril 25

Escrevo

A minha cabeça, ultimamente,
movida por...
movida por, sei lá!
Não interessa!
Sei que escrevo,
mais que nunca
e depressa.
Quase que choro
com vontade de exprimir.
A mina cabeça, ultimamente,
parece que rebenta.
A bomba de ideias rebenta.
Nem sei o que estou a sentir.
Posso dizer que...
Sinto!
Nada mais.
Não preciso de mais.
Sinto.
Dá-me prazer
esta vontade imparável,
este escrever insaciável
que me invade o corpo,
move a alma,
estimula o pensamento.
Não quero parar.
Não quero.
Não quero quebrar o ritmo.
A minha cabeça, ultimamente,
gira frenética.
Nem sei que mais fazer.
Não sei.
Não paro de escrever.
Escrevo, escrevo,
não sei porquê.
Não sei.
Talvez...
Talvez porque não sei.


>Tiago Martins.

domingo, abril 17

Loucura Consciente

Olho-me no espelho...
duas toalhas...
Cada qual encobrindo
o enrolar e desenrolar
de mim...
Olho-me e gosto-me!
Um sentimento peculiar invade-me
e redescubro-me,
encontro-me pela primeira vez...
Hoje sim! Hoje sou eu!

A história começa assim: um escorpião quer atravessar o rio, mas não sabe como, pois não há elemento algum que una as duas margens. Surge o crocodilo, e o escorpião convence-o a atravessar o rio nas suas costas, afirmando compulsivamente que não o irá picar. A meio do rio, o escorpião não resiste e envenena o crocodilo. "Porque fizeste isso? Agora vamos-nos afogar os dois!!" Ao que o escorpião responde amargamente: "Desculpa, mas não consigo fugir à minha natureza!" Quantos "escorpiões" temos na nossa vida? Quantas pessoas com quem convivemos se regem apenas pelo factor interesse? Conveniência? Hoje posso dizer: muitas mais do que algum dia pensamos, demasiadas... Depois de tantos momentos partilhados, momentos que cremos para nós especiais, sinto a picada do escorpião! E não creio! Não pode! Não pode ser assim! Tu não és assim! Recordo com raiva todos os momentos pois não foram mais que meras mentiras... eu vivi uma mentira! Grito... rouca! Com a música a tocar o céu, abafo o desespero e a desilusão... Mas o sangue que me corre não pára de aquecer e ferve... ferve tanto que a qualquer momento sinto que vou explodir... Ando de um lado para o outro no meu quarto, que tão bruscamente se tornou numa simples divisão de um manicómio! Sinto-me louca! Estou louca! Quero partir, quero destruir, quero queimar... e queimo... um entre tantos outros... Como se naquela barrinha "kinder" se escondesse a solução, o escape... o abrigo! Mas também agora sei... a verdade não está lá... a verdade está entre os silêncios... entre o teu silêncio e o meu? Entre todos os meus silêncios?.... Entre todo e qualquer silêncio... a barrinha que tão ternamente me abraça e me comforta é apenas o meio, o veículo para o lugar em que todos os silêncios convergem... um lugar paralelo onde está a verdade tão procurada por todos!!

quarta-feira, abril 13

Sonho Azul

>>O seguinte poema já desde segunda-feira me assombrava o pensamento. Os primeiros versos surgiram durante a mais estranha e introspectiva conversa que alguma vez tive no messenger.
Terminei-o frenéticamente e mais leve que nunca no sitio do costume, o Caravela em Viana do Castelo.
Obrigado Joana, este é especialmente para ti<<



Sonho Azul


Tiro uns dias para descansar.
Sou azul por momentos.
A minha aura enorme,
vazia de tempos a tempos,
começa a reavivar.
Cinzento atrás de mim,
o mundo vai ficando
a cada passo que dou.
Absorvo a cor envolvente.
Injecto os tons do espectro
na minha alma dormente.
De novo desperto.
De novo vivo.
Saio sem medo à rua,
com esperança de manter
este espírito altivo.
Vagueio pela cidade
divertido pelo momento.
Divagando no pensamento
deixo o mundo invertido.
Sugo os sorrisos dos outros.
Vejo passar mil tons
num dégradé constante.
Vitimas dessaturadas
com sons de espanto.
Gente a preto e branco
para trás das costas.
Sou azul por momentos,
como nunca antes fui.
As restantes cores,
guardo dentro de mim.
Poderei virar vermelho.
Poderei ser amarelo.
Mas agora o que quero
é ser da cor celeste,
da cor do espaço sem fim,
azul do sonho mais belo.


Tiago Martins, 13-04-2005.

domingo, abril 10

Breathe for me...

It was a win-win situation
that just went bad
straight to a lose-lose
How did it happen?
When? Why?
Those are the questions
that just keep running
'round and 'round
like little voices in my head...

São lágrimas sem razão
frágeis, como as asas de um falcão...

São olhos que brilham
por tristezas que ficam...

São dores fortes no peito
por algo que foi... perfeito!

And now... what's left of it?
Cada vez mais medo...
to take a chance,
de levantar após a queda,
to just go on...
levantar os olhos
and say:
"Tem calma! Respira fundo!"
Because you can't... and I can't do it for you...
pois o faria, se pudesse...
If only I could do it for you...!

sábado, abril 9

drop of mercy

Os meus ombros despidos
invocam as tuas mãos... quentes
invocam os teus lábios... ternos
invocam o teu toque... sentes?

sábado, abril 2

Hoje tenho o teu cheiro...

No âmago da noite
a suave e fresca brisa
acalma o meu coração
irrequieto...
preso a algo
que já não deveria existir...
que já não existe!
Algo intensamente grotesco
que foi perdendo a intensidade,
que foi perdendo a grandeza,
e se tornou
não pior, não menos grandioso,
e mais... tão mais puro!
Tão mais singelo e inocente,
que a ti me prende,
e para mim te leva...
Mas não!
Não será para sempre...
pois nada é eterno!
E a sua efemeridade
nota-se já...
Quero voltar atrás
quero que o que foi antes
volte a ser... agora!
Mas hoje tenho o teu cheiro...