quarta-feira, novembro 30

Cor a mais

Procuro em ti a alma,

calma azul celestial,

por esses olhos de céu,

puros sonhos divinos,

anjos imaculados.


Cor a mais para ver.

Amarelo. Verde. Vermelho.

Vermelho vida ardente,

quente, sangue diluente

queima-me o olhar.


És duma tabela diferente.

Sou da escala de cinzentos.

Melancólico, monocromático,

mono ser apático.



Tiago Martins, 01\09\2005.

quarta-feira, novembro 9

Carta a Ti !

A saudade... Palavra tão Portuguesa... tão cheia de sentimento!
Agora, a saudade já não se sente... Mata-se aos poucos, com um pequeno canivete, destruidor de almas!... Destruidor de sonhos pintados de "vestido bailarina" em apenas mais um Qualquer baile ou teatro... em qualquer Palco... em qualquer Tom!... de Vooooooooooooooo...Z!
Em um qualquer dia, foi meu desejo Mostrar Minha Voz a quem Mais a Ouvia, E, sem hesitar, Escolhi a Dedo os... Versus... As Prosas... As Letras... Os Timbres...
E a Voz Rouca Com que Eu Cantava... matava, então, a inveja... pela raiva com que... frustrada, via fugido, o olhar de quem queria i... de quem Me guardava em imagem... e fechava os olhos em Tom de Orgulho...

Tendo a lágrima caído sem dar conta, em apenas Mais uma Noite de Lua Escondida... dando lugar a mais uma Estrela, recém-nascida... ou auto-descoberta... por uma injustificada Vontade de poder... percorrer o corredor em Lágrimas de Alegria e poder gritar: "Já sei cantar Fado, Mamã!"

Nesse Dia, de si chuvoso, vi no seu olhar... não Orgulho, Não o Meu Entusiasmo... Não! Todavia ouvi:.... Agora Come e Cala-te!

A Voz Brava de Meu Pai Separou as vozes femininas ali existentes...

Cessou o Entusiasmo! Cessou o...
Cantar! Cessou o Chorar... E Nasceu, naquele dia, de voz radiotelefónica, uma Nova Voz Fadista, que TAMBÉM APRENDEU a Cantar............................................... Chorando..............................

O Dia Inesquecível para esquecer

Hoje todos foram ao cortejo! O Carnaval adiantou-se para Outubro, os jogos de poder saem à rua em tom de festa, as cervejas são as rainhas do dia, as ambulâncias andam aí, as ruas são cortadas, e lá vão eles, felizes e contentes, padrinhos e afilhados, no que consideram um dia inesquecível. E claro, a cidade assiste: uns abanam a cabeça para o lado, outros soltam umas gargalhadas, há também quem fique zangado e resmungue, e quem continue a viver como noutro dia qualquer! Falando cá por mim, fico sobretudo espantada como é que isto acontece. O Mundo não está nos seus melhores dias, está cada vez mais poluído, com fome, com guerra... Acho que não é preciso enumerar, tod@s nós o sabemos, ou devíamos saber. Mas, talvez por pensarmos que esses problemas estão todos longe de nós e não nos afectam, não fazemos nada para os alterar. Ou talvez por não acreditarmos que podemos fazer a diferença. Ou já não sonhamos alto e temos criatividade. Onde estão os jovens sonhadores de outra hora? Que sonhavam e faziam acontecer. Voltando ao inicio, fico mesmo espantada! Os jovens não se mobilizam como nestas “tradições académicas” para uma manifestação pela Paz, para um debate sobre o estado actual do Mundo, para um trabalho voluntário no bairro onde vive...E não, não acho que devemos tod@s trabalhar em prol do outro, ir para África fazer voluntariado, não beber nem fumar, e outras coisas que possam estar a pensar. A festa, a brincadeira, são demasiado importantes para serem postas de parte. Longe de mim querer insinuar tal coisa (se assim o pensaram). O espanto não está no facto de haver brincadeira, mas de não haver cidadania. Ou de haver mais afluência para a brincadeira do que para a cidadania, simplificando. Mais ainda, de haver brincadeira sem espirito critico. Parece que os jovens têm medo da mudança...Há quem diga que o cortejo da “latada” não teve grande participação, há quem acredite que os jovens podem mesmo mudar o Mundo, há quem diga que eles não andam a dormir nem estão alienados, que são inteligentes e bem informados. Não digo que sou assim tão optimista, mas ainda assim, sou quanto baste, tanto mais não seja por acreditar naqueles jovens que vejo mudar um pouquinho do Mundo. Mas há dias assim, em que fico triste pelo Mundo em que vivo, não aquele Mundo longínquo que não consigo tocar, mas aquele Mundo muito próximo. Neste caso, a Universidade, os estudantes, os jovens... Há dias que são mesmo para esquecer!
25 de Outubro de 2005 - Diana Dias – 3º ano de animação sócio-educativa

ps - e faço minhas as palavras de tão elementar Amiga e Parente! :)